Diretor da unidade afirma que recurso é pouco e serve apenas para custeio da unidade; Funcionários estão em greve há 20 dias.
Dívida com funcionários já está em R$ 3 milhões.
O presidente da Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá, Antônio Preza, afirmou que não pagará parte dos salários atrasados dos funcionários com o repasse de R$ 627,8 mil que o hospital recebeu do Governo do Estado. Cerca de 800 trabalhadores da unidade – entre enfermeiros e funcionários do setor administrativo – estão em greve desde último dia 2 de novembro.
Na segunda-feira (19), a Santa Casa recebeu R$ 327, 8 mil do Fundo Estadual de Equilíbrio Fiscal (FEEF) e mais R$ 300 mil em repasses para a manutenção das Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs).
Preza afirmou que os recursos são mínimos e que não terá condições de pagar os salários atrasados dos funcionários, entre eles médicos, enfermeiros e trabalhadores do setor administrativo no montante de R$ 1,5 milhão mensal.
“De jeito nenhum. A quantidade que repassaram foi mínima. Vai ser mais para o custeio do hospital, para comprar remédio e comida para os pacientes. Entrou o FEEF e a UTI, mas o recurso não dá para a folha”, frisou.
De acordo com diretor de Comunicação do Sindicato dos Médicos de Mato Grosso (Sindmed-MT), Adeildo Martins Lucena, tem profissional sem receber há três meses. Muitos, inclusive, já pediram demissão. Para o sindicalista, o problema do hospital é administrativo e tem pouca relação com atrasos de verbas públicas.
“Existe sim o atraso nos repasses, mas o grande problema é a falta de gerência dos recursos da atual diretoria do hospital”, destacou Lucena ao acrescentar que os membros da diretoria recebem salários altos, incompatíveis com a estrutura da unidade que é mantida basicamente com dinheiro público.
O diretor do Sindimed afirmou que o sindicato não tem conhecimento de que os médicos aderiram à greve no hospital. “Pelo menos a gente não foi acionado pelos profissionais”, disse ao acrescentar que o sindicato presta apenas orientação jurídica aos profissionais.
Atualmente folhas salarias atrasadas – referentes aos meses de setembro e outubro – somam R$ 3 milhões.
A direção da Santa Casa declarou que aguarda repasse de R$ 4 milhões da Prefeitura de Cuiabá e do Governo do Estado para quitar as folhas.
As greves e paralisações dos funcionários do filantrópico tem sido constantes. Na greve entre os meses de julho e agosto, por exemplo, cerca de sete mil pessoas deixaram de ser atendidas pela Santa Casa e houve o fechamento de 160 leitos da unidade.
Com a greve atual o hospital atende em regime de urgência e emergência. A unidade está fechada para internação de novos pacientes.
FONTE:
MARCIO CAMILO
DA REDAÇÃO
RepórterMT/Reprodução
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