Médicos pedem liberação para plantões; 2 já atenderam pacientes graves à noite

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Huark Douglas, Luciano Correia e Fábio Liberali estão entabulando acordo de colaboração premiada para revelar fraudes

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Os médicos investigados na “Operação Sangria” – investigação da Delegacia Fazendária (Defaz-MT), que apura fraudes que podem ter causado danos de R$ 14,6 milhões aos cofres públicos da prefeitura de Cuiabá -, pedem o “relaxamento” de suas medidas cautelares diversas da prisão. O objetivo, segundo a petição da defesa deles, é de que continuem atuando em seus plantões sem a possibilidade de retornarem a prisão.

São autores do pedido Luciano Correia que atua no Hospital Universitário Júlio Müller, além de Fábio Liberali Weissheimer e Huark Douglas Correia (ex-secretário de Saúde da Capital), que são servidores da prefeitura de Cuiabá e atuam no pronto-socorro Municipal. Os três médicos são suspeitos de estar por trás das fraudes.

Dois dos profissionais da saúde, porém, podem voltar à prisão antes de serem beneficiados com a autorização de realizar os plantões – que também costumam ocorrer no período noturno, quando eles não podem sair de casa. Luciano Correia e Fábio Liberali descumpriram a medida cautelar que, apesar de livrá-los da cadeia, os proibiu de deixar suas residências após as 19h00.

Eles deixaram o “xadrez” após decisão da juíza da 7ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça (TJ-MT), Ana Cristina Mendes, no dia 3 de maio deste ano.

Uma das condições para permanecer fora da cadeia, segundo a decisão da magistrada, é que os suspeitos informem suas atividades cotidianas. No dia 7 de maio – ou seja, quatro dias após deixar a prisão -, Luciano se recolheu às 19h30. O período que eles devem permanecer em suas residências é das 19h às 6h.

O advogado do médico, Hélio Nishiama, relatou que o atraso ocorreu por conta do atendimento a um paciente que apresentava uma infecção no apêndice. No dia seguinte, em 8 de maio, Fábio Liberali também se atrasou, chegando em sua residência as 19h10. A demora também teria ocorrido por conta de um atendimento médico.

Ainda não há decisão da magistrada sobre os pedidos dos três médicos para autorização do plantão. A juíza da Sétima Vara Criminal também não se manifestou sobre o descumprimento das medidas cautelares.

COLABORAÇÃO PREMIADA

Luciano Correia, Fábio Liberali Weissheimer e Huark Douglas Correia também negociam um acordo de colaboração premiada dos esquemas investigados na Sangria. Os médicos, porém, aguardam definição sobre a competência da Justiça – Estadual ou Federal -, para iniciar os depoimentos.

OPERAÇÃO SANGRIA

A operação “Sangria” teve sua primeira fase deflagrada no dia 4 de dezembro de 2018. As investigações apuram supostas irregularidades em contratos firmados com a Empresa Cuiabana de Saúde Pública (Ecusp), ligada à prefeitura de Cuiabá, com empresas que já tiveram como representante o ex-secretário de saúde da Capital, Huark Douglas Correia. Ele foi preso na 2ª fase da operação, ocorrida no dia 18 de dezembro de 2018. A organização teria realizado pagamentos superiores a R$ 14,6 milhões a essas empresas privadas

Além de Huark, foram expedidos mandados de prisão contra Fábio Liberali Weissheimer, Fábio Alex Taques Figueiredo, Celita Natalina Liberali, Kedna Iracema Fontenele Servo Gouvêa, Adriano Luis Alves de Souza e Luciano Correia Ribeiro, além de Flávio Taques. Do grupo, apenas Taques permaneceu foragido, se entregando no dia 2 de janeiro deste ano. Todos já se encontram fora da prisão.

FONTE: FOLHAMAX

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