Médicos rejeitam se transferir para novo pronto-socorro

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Sindicato cita que profissionais perderão prêmio saúde, já que nova unidade será gerida por empresa pública

Com o anuncio do prefeito de Cuiabá Emanuel Pinheiro da entrega 100% do novo pronto-socorro surge um novo desafio: alocar os médicos lotados no Hospital e Pronto Socorro de Cuiabá, haja vista que será uma empresa pública de direito privado que irá gerir o novo HPSMC.

“Encaixando os médicos concursados na rede não haverá lugar para contratados? Serão demitidos? Se hoje a administração pública não consegue manter o PS velho, como manterá as duas unidades funcionando? Quando o velho PS será fechado para as reformas do futuro Hospital da Família?” Para onde irão  os seus atuais funcionários?”, questiona o Dr Adeildo Lucena, diretor de Comunicação do Sindimed-MT.

Conforme informações que a prefeitura tem divulgado, o “velho HPSMC ” ainda ficará aberto por alguns meses até a população se acostumar com o novo fluxo e os pacientes internados serem encaminhados para outros hospitais. A pergunta é o que será feito com os concursados e contratados do velho HPSC?  Serão remanejados para onde?

Segundo ele,  o Sindimed defende o direito médico e que não se trata de politicagem. “Defender condições de trabalho dignas não é politicagem de forma alguma. Isso repercute no bem estar das pessoas que buscam ajuda”, alerta o Sindimed.

Adeildo lembra que há mais  médicos contratados que concursados trabalhando ali. Os concursados podem escolher trabalhar no novo HPSMC, mas não querem ir porque a contagem de tempo pára e o Prêmio Saúde será interrompido.  Já os contratados não podem ir para o novo HPSMC pela Prefeitura, terão que ser contratados em caráter de urgência pela Empresa Cuiabana.  Esta por sua vez deverá fazer concurso em breve. “Isso o Sindimed irá cobrar sistematicamente”, diz o médico.

O médico sindicalista ainda lembra que é preciso se respeitar a Constituição Federal e realizar concurso público. E que o Sindicato não concorda com o modelo de contratação e gestão do Hospital Municipal de Cuiabá. “Não conseguimos entender como a Prefeitura não consegue cumprir com seu papel. O prefeito precisa assumir seu papel. Terceirizar a responsabilidade dá margem para equívocos do passado, como aconteceu com as Organizações Sociais. É claro que a medida atende alguns interesses privados. Esse problema vai eclodir mais cedo ou mais tarde. E quem paga o pato, claro, é sempre a população que necessita do atendimento público”, lembra o diretor.

Ele questiona como a Prefeitura manterá o HMC e o antigo Hospital e Pronto-Socorro Municipal de Cuiabá funcionando ao mesmo tempo. “Se nem o atual eles dão conta de tocar direito. Faltam insumos, medicamentos e equipamentos. Faltam médicos nas Unidades de Terapia Intensiva. Tem médico que não tira férias há três anos, pois não consegue se ausentar por falta de substituto. Construir prédio não é difícil. Difícil é manter. Claro que torcemos para que dê certo. Mas a realidade já demonstra que não deverá ser diferente”, alerta Adeildo.

OUTRO LADO

A prefeitura de Cuiabá se posiciou por meio de nota.

Veja a íntegra:

Em relação às denúncias do Sindimed-MT, a Secretaria Municipal de Saúde informa:

-A Secretaria fará um termo de cessão para os médicos efetivos do Pronto Socorro para que passem a prestar serviço no HMC. O vínculo deles continuará com o Município e não haverá perda de benefícios ou contagem de tempo de serviço. Os efetivos de diversas especialidades serão aproveitados no próprio PS do HMC ou em alguma outra unidade da rede municipal.

-A Secretaria está em constante diálogo com os médicos contratados, deixando-os à vontade para escolherem se querem ir para o HMC. Em caso positivo, eles serão absorvidos pelas empresas terceirizadas que trabalharão no Pronto Socorro do HMC, assim como funciona no PS atual, para que nenhum servidor seja prejudicado. 

-Serão desligados apenas os servidores contratados que não queiram ir pro HMC.

-Em relação à denúncia de falta de medicamentos e insumos no PS, a Secretaria informa que não corresponde à verdade, pois fluxo de entrega destes materiais está totalmente regularizado.

 

FONTE: FOLHAMAX

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