Sindicato dos Profissionais de Enfermagem revela aumento no número de casos de depressão e demais problemas de ordem psíquica.
Neste mês de março completa um ano da confirmação do primeiro caso de covid-19 em Mato Grosso. De acordo com o balanço mais recente da Secretaria Estadual de Saúde (SES-MT) foram confirmados 255.712 infectados e 5.904 óbitos desde o dia 20 de março de 2020, quando foi registrado o primeiro caso no Estado.
De lá pra cá, a procura por hospitais e leitos de Unidades de Terapia Intensiva estrangulou o sistema de saúde e vem cobrando uma força sobre-humana dos profissionais de saúde, principalmente daqueles que atuam na linha de frente de combate ao vírus. A taxa de ocupação dos leitos de UTI adulto está em 88%.
Arlindo César Ferreira dos Santos é presidente do Sindicato dos Profissionais de Enfermagem do Estado de Mato Grosso (Sinpen-MT) e avaliou o cenário atual como “preocupante”, pela falta de planejamento no combate à pandemia, lentidão do processo de vacinação e carga excessiva de trabalho para os profissionais da saúde.
“Enquanto os governantes ficam brigando por meio de decretos, falando de vacinas que nunca chegam, quem é penalizado lá na ponta é o profissional de enfermagem. Durante esse um ano de pandemia, houve aumento de carga horária de trabalho apenas. A população não cumpre os decretos, está todo mundo à vontade e isso deixa os hospitais lotados”.
Arlindo César citou o estado emocional dos trabalhadores, que, segundo ele, não suportariam mais um ano de trabalho frenético contra a covid-19. Dados do Sinpen demonstrariam um aumento no número de casos de depressão e demais problemas de ordem psíquica.
“São muitos casos de depressão, de problemas psicológicos. Tanto é que quando estamos visitando a categoria eles começam a falar e choram. Pedimos a alguns hospitais que contratem psicólogos para atender os profissionais de enfermagem”, comentou o presidente.
Em Mato Grosso, o salário-base de um técnico de enfermagem é de R$ 1.285,36. Já o enfermeiro, com nível superior, recebe R$ 2.405,00. Para complementar a renda, eles desempenham atividades em mais de uma unidade de saúde, chegando a trabalhar em plantões de 36 horas seguidas.
“Os trabalhadores fazem 36 horas de plantão! Eles ficam no máximo 10 horas com a família e nesse tempo ainda precisam dormir. Ninguém tem preparo para enfrentar mais um ano de pandemia, mais um ano aguardando vacina? Começaram a vacinar os profissionais da saúde, mas não foram todos e ainda falta a segunda dose”, disse.
Fonte: PNB Online
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