Cerca de 260 trabalhadores do Hospital Geral de Cuiabá aceitaram um acordo na Justiça do Trabalho por meio do qual irão receber cerca de R$ 1,1 milhão, concluindo assim processos que tramitavam desde 2013 por atraso de salário. A audiência foi realizada na terça (28) na Coordenadoria Judiciária e de Apoio à Execução e Solução de Conflitos (Caesc) como parte da Semana de Conciliação que está sendo realizada pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT).
Reunião de conciliação entre Justiça, direção do hospital e sindicato dos enfermeiros
Os pagamentos serão feitos em 24 parcelas, todo dia 20 de cada mês. Durante as negociações, o Sindicato dos Profissionais de Enfermagem do Estado aceitou descontar 40% do valor da multa e a empresa, por sua vez, concordou em fazer todo o pagamento em 2 anos e não em 10 anos, como havia sido proposto inicialmente.
Os valores são referentes a dois processos ajuizados pelo sindicato em 2013 e 2016 para cobrar multa por atraso salarial. Após fevereiro de 2014, quando não cabia mais recursos para aquela ação, foram feitas várias tentativas para solucionar aquele impasse e pagar os trabalhadores.
Segundo o diretor do sindicato, Arlindo Cesar dos Santos, os problemas começaram em 2008 quando o hospital começou a atrasar os salários prejudicando todos trabalhadores que dependiam do pagamento para sobreviver. O diretor conta que os profissionais chegaram a receber depois do dia 17 do mês, o que os obrigava a arcar com juros dos compromissos firmados, tendo assim dificuldades para o sustento das famílias.
O Hospital Geral, por sua vez, explicou no processo que os atrasos salariais aconteceram pela demora no repasse pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e não por mera liberalidade da empresa. E que se pagassem todo o montante teriam dificuldades para manter até mesmo o funcionamento da unidade, com dispensa dos funcionários ou fechamento de alguma ala.
Em uma audiência realizada com a presença do desembargador Edson Bueno, foi proposto o pagamento com 40% de desconto e em 24 parcelas. Inicialmente, a proposta do hospital era de parcelamento em 10 anos. O tema foi levado à assembleia do sindicato e aceito pela maioria dos trabalhadores.
O acordo firmado na sala de audiência do TRT foi essencial para que os trabalhadores conseguissem receber esses valores de forma mais rápida, segundo o diretor do sindicato. “Sem a conciliação seria mais demorado. Então, cada lado abriu mão de algo para que o acordo fosse firmado. Foi melhor assim, já que agora o crédito será liberado a partir de dezembro”, explicou.
A audiência final foi realizada pela juíza Karine Bessegato, coordenadora da Caesc. “O acordo foi realizado para pensar no bem de todo, tanto da empresa quanto dos empregados”, destacou a magistrada. (Com assessoria)
FONTE: RDNEWS
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