Emanuel: ‘Eu apenas respeitei contratos firmados pelos ex-prefeitos’

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O prefeito Emanuel Pinheiro disse confiar na conduta do ex-secretário Huark Douglas.

O prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) se posicionou sobre a segunda fase da Operação Sangria, que prendeu o então secretário de Saúde Huark Douglas, no dia 18 de dezembro. Emanuel disse confiar na conduta do ex-secretário e garantiu não ter recebido qualquer denúncia contra ele anteriormente.

Em entrevista, ele ainda destacou que as fraudes ocorrem desde gestões passadas na Prefeitura de Cuiabá e disse que apenas respeitou os contratos firmados pelos ex-prefeitos da Capital.

Repórter MT – Quais são as onsiderações sobre a segunda fase da Operação Sangria, deflagrada pela Defaz?

Emanuel Pinheiro – Isso tudo é muito lamentável. Não é esse o nosso desejo, que estamos lutando diuturnamente para avançar e virar a página da saúde pública na Capital e no Estado, nos depararmos com uma denúncia dessa extensão e dessa gravidade. Mas por outro lado, eu acho que é a função da Delegacia Fazendária e devemos apoiar. Determinei ao secretário de Saúde interino e ao diretor geral interino da empresa cuiabana de saúde para que dessem todo apoio, fornecendo documentos para as investigações, para ajudar a elucidar todas as denúncias.

RMT – As fraudes começaram na sua gestão?

EP – São situações que se arrastam em várias gestões, numa denúncia de um suposto direcionamento de licitações para beneficiar uma ou duas empresas do mesmo dono.

RMT – E há envolvimento de servidores no caso.

EP – O Huark [secretário que foi preso] é técnico, competente e de carreira. Já ocupou vários cargos da Secretaria da Saúde de Cuiabá em várias gestões. Foi um dos fundadores da Empresa Cuiabana de Saúde. Ele trabalhou muito para contemplar Cuiabá no desafio Chave de Ouro, do Governo Federal, quando fomos beneficiados com R$ 100 milhões para a conclusão do novo Hospital Municipal de Cuiabá [pronto socorro]. Fiquei surpreso com a prisão. Agora ele vai responder pelos seus atos.

RMT – A prisão coloca sob suspeição o trabalho que o Huark fez na Secretaria de Saúde?

EP – Na gestão em Cuiabá, eu creio que não. Tinha uma missão com a Chave de Ouro. Tinha uma missão com os filantrópicos e ele desempenhou esse papel com muito comprometimento. Para mim nunca chegou nada que pudesse macular a atuação dele como secretário municipal de Saúde.

RMT –  Na decisão de prisão é citada a influência que ele exercia, você tinha recebido uma denúncia anterior em relação a isso?

EP – A Saúde é blindada por mim. Eu nomeio todos os membros da Saúde, o secretário, o diretor-geral da Empresa Pública de Saúde, o secretário de Planejamento e Operações, que cuida da regulação do Pronto-Socorro… Eu mino os secretários porque eles despacham comigo. Cada área importante da Saúde despacha diretamente comigo. Ele não nomeou ninguém, por isso eu não entendo de onde viria essa influência dele. Mas deixa a Delegacia Fazendária apurar e investigar que vai ser muito bom para mim, enquanto gestor, a elucidação desse caso.

RMT – O senhor pretende auditar os contratos?

EP – Isso é natural. O procurador-geral do município já está fazendo esse trabalho, bem como a Delegacia Fazendária

RMT – O que o prefeito tem a dizer às famílias que podem ter perdido um parente por conta desse esquema e o que fazer para que isso não aconteça mais?

RMT – O caos na saúde de Cuiabá e do Estado é de décadas. É crônico. Isso é a ponta do iceberg. E se tem um prefeito que está pronto para enfrentar todos os desafios e virar a página e implantar um novo ciclo na saúde pública do município, esse gestor se chama Emanuel Pinheiro. A consequência disso está estourando em mim, como estouraria em qualquer outro que estivesse no meu lugar. São décadas de má gestão e malversação da saúde pública de um forma geral.

RMT – Como o senhor trabalha para que as prisões dos secretários não gere uma grande crise na sua gestão?

EP – A prisão do Huark e a busca e apreensão de documentos foi relativo a problema pessoais, que vêm desde a gestão passada. E eu só respeitei os contratos. Todo gestor tem que respeitar os contratos, por conta da segurança jurídica. Esse contrato, que veio da gestão Mauro Mendes, é que deu problema.

RMT – O que é a Empresa Cuiabana de Saúde?

EP – A administração pública se divide em direta e indireta. Mauro Mendes, de forma muito salutar, criou duas empresas públicas para melhorar a gestão, exatamente pra dar flexibilidade e agilidade à gestão. Sem pensar em terceirização. É 100% pública e dá condições aos gestores de cuidar da atenção básica e secundária, por exemplo, que é cuidar da prevenção. Já o setor terciário, que são situações de emergências atendidas no Pronto-Socorro, eu quero entregar para uma empresa pública que tem mais agilidade para atender a população. Que pode contratar e receber recursos de forma direta do Governo Federal. Uma Secretaria de Saúde tem mais dificuldades para receber esses recursos.

RMT – Sobre a postura do secretário de saúde que acabou sendo preso durante a operação. Tem uma procuração em nome dele em relação à empresa, ele é sócio da empresa. Ele foi ingênio ou agiu deliberadamente? Como o senhor avalia isso?

EP – Eu não quero julgar. Tenho pouca informações concretas. Só posso dizer que eu não sabia dessas situações. Só posso dizer que ele é um técnico competente. A situação de possíveis desvios de conduta, cada envolvido vai responder pelos seu atos.

FONTE: RepórterMT

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