Diretor revela que dívida da Santa Casa é de R$ 100 milhões

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Fechada há 15 dias por falta de recursos, a Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá tem uma dívida acumulada em aproximadamente R$ 100 milhões. Desse valor, aproximadamente R$ 9 milhões são com funcionários que já há 6 meses estão sem receber salários. Outros R$ 9 milhões de dívidas somam com o corpo medico do hospital – considerando 1 ano de serviços prestados.

De acordo com o diretor administrativo do hospital, Daniel Pereira, a falta de conversa com a Prefeitura de Cuiabá atrapalhou a obtenção de recursos junto ao Ministério da Saúde. “Estivemos em Brasília para solicitar aporte financeiro do ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, que nos perguntou qual era a dívida da Santa Casa e se R$ 50 milhões resolveria para sanar o passivo. Fizemos então um documento solicitando o mesmo valor. No entanto, dias depois, o prefeito de Cuiabá (Emanuel Pinheiro), vereadores e deputados estiveram com o ministro e falaram mal da gestão da Santa Casa. Isso fez atrapalhar todo o processo para obtenção dos recursos”, disse o diretor durante audiência pública na Assembleia Legislativa.

De acordo com ele, esse desencontro burocratizou a forma para se obter algum repasse da União. “Antes solicitavam somente auditoria da diretoria da Santa Casa. Agora estão solicitando um documento estratégico, que não é fácil de fazer e que deveria ser assinado também pela Prefeitura e pelo Estado. Isso não sai em menos de 10 dias”, lamentou Pereira.

Mesmo assim uma auditoria interna está sendo feita pela diretoria da Santa Casa a fim de levantar todos os débitos e o que a unidade tem para receber. “Contratamos um administrador que teve experiência na Santa Casa de Jaboticabal, em São Paulo, para nos auxiliar no levantamento. Ele ficará na diretoria 2 meses com um salário aproximado a R$ 5 mil”, conta o diretor administrativo do hospital, Daniel Pereira.

Numa tentativa de enxugar os débitos, foram suspensas gratificações resultado ainda na demissão de 17 pessoas com altos salários. A economia foi de R$ 250 mil do total de R$ 1,4 milhão que a Santa Casa precisa pagar mensalmente somente para os funcionários. “A meta é ainda chegar a R$ 1 milhão nos próximos meses, de acordo com o resultado da vistoria interna”.

O secretário de Saúde do Estado, Gilberto Figueiredo, ressaltou que o principal impasse para desenvolver um plano estratégico para o hospital é a falta de transparência da diretoria da unidade. De acordo com ele, nenhum recurso será liberado se não houve um levantamento do que precisa ser pago e de como utilizar o recurso a ser recebido. “Não recebi nenhum documento do hospital oficialmente. Nada será pago diretamente a unidade, será tudo via Fundo, ou municipal ou estadual”, ponderou.

O deputado estadual Ludio Cabral (PT) que coordenou a audiência pública, realizada na manhã dessa segunda-feira (25), afirmou que duas frentes de trabalho precisam ser executadas: para por fim as dívidas, principalmente as dos funcionários, e montar uma gestão mais eficiente do hospital que não coloque a Santa Casa em risco novamente. Nessa ultima iniciativa, é verificada a necessidade de intervenção, que deverá ser liderada pela Prefeitura de Cuiabá juntamente com o Governo do Estado.

O assessor técnico da Secretaria Municipal de Saúde, Ricardo Soares, disse que o município não deve nada para a Santa Casa, mas a Prefeitura é obrigada a descontar R$ 1 milhão mensão referente a um empréstimo feito há 2 anos. Ele pontuou que a o município tem contribuido no que pode para equilibrar as contas da unidade filantrópica. “Na última greve iniciada na Santa Casa  o município entrou com R$ 3 milhões e o Estado com mais R$ 3 milhões para quitar 3 folhas dos funcionários.  Na mesma ocasião adiantamos o Fundo de Estabilização Fiscal (FEF), com mais R$ 468 mil reais”

FONTE: FOLHAMAX

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