Brasil adere a campanha da ONU para valorizar enfermeiros

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Unidade de transplante renal do Hospital de Bonsucesso, no Rio de Janeiro. Imagem de agosto de 2010. Foto: Ministério da Saúde

No país, a iniciativa será encabeçada pelo Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) e pelo centro colaborador da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) para o desenvolvimento da pesquisa em enfermagem, vinculado à Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP). A OPAS é o braço regional da Organização Mundial da Saúde (OMS) nas Américas.

“A OPAS reconhece que, para chegarmos à saúde universal, deve haver transformações nos sistemas de saúde com base na atenção primária de saúde. Enfermeiras e enfermeiros são a chave para alcançarmos a saúde universal”, afirmou a chefe da agência da ONU, Carissa Etienne, durante o lançamento da campanha no Brasil, em abril.

No mesmo evento, foi divulgada a Carta de Brasília, documento que traz compromissos dos 26 estados brasileiros e Distrito Federal com metas para valorizar a contribuição dos enfermeiros na garantia e ampliação do acesso à saúde.

Enfermagem na atenção primária

A publicação Expanding the Role of Nurses in Primary Health Care (Expandindo o papel das enfermeiras na atenção primária de saúde, em tradução livre para o português), divulgada pela OPAS em maio de 2018, afirma que a enfermagem pode desempenhar uma função crucial para ampliar o acesso ao atendimento. Essa área da saúde pode alavancar a promoção da saúde e a prevenção de doenças e atenção, sem deixar ninguém para trás.

Para a Organização, ampliar o papel das enfermeiras e enfermeiros na atenção primária pode eliminar barreiras de acesso à saúde e expandir os cuidados em áreas com escassez de equipes.

O documento enfatiza que novos perfis profissionais, como as enfermeiras e enfermeiros de prática avançada, podem assumir mais funções, com autonomia, nos serviços de atenção primária de zonas vulneráveis em cidades e em áreas remotas.

Em países como Austrália, Canadá, Estados Unidos, Espanha, Inglaterra, Irlanda e Finlândia, os profissionais de enfermagem com uma formação universitária de quatro a cinco anos já assumem mais funções para atender às necessidades de saúde dos pacientes.

Estima-se que, na região das Américas, sejam necessários cerca de 800 mil profissionais de saúde a mais para atender às demandas atuais. A região também sofre com uma distribuição inadequada dos profissionais, que se concentram principalmente nas zonas urbanas e com mais recursos econômicos. O fenômeno se agrava devido a uma baixa capacidade de absorção do mercado de trabalho da saúde e a um alto número de profissionais formados a cada ano.

A proporção de enfermeiras e enfermeiros por habitantes é desigual. Enquanto os Estados Unidos têm 111,4 profissionais de enfermagem para cada 10 mil habitantes, o Haiti possui 3,5. Na metade dos países das Américas, esse índice é menor ou igual a 10,4.

Campanha global

A campanha global Nursing Now é fruto de uma parceria entre a OMS e o Conselho Internacional de Enfermagem. A estratégia visa melhorar a saúde das populações por meio do aprimoramento do perfil e do status da enfermagem em todo o mundo, capacitando enfermeiros para que ocupem seu lugar no centro dos desafios de saúde do século 21. A iniciativa defende que mais enfermeiras e enfermeiros assumam posições de liderança.

FONTE: NACOESUNIDAS.ORG

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