Mesmo na linha de frente, enfermagem tem baixos salários e pede reajuste

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25 de Janeiro de 2021

 

Em plena segunda onda de infecções pelo novo coronavírus, o salário dos profissionais da saúde chama a atenção. Um enfermeiro com nível superior recebe um rendimento base de R$ 2.405 mensais, e um técnico de enfermagem, R$ 1.285. Em Mato Grosso, 177 desses trabalhadores morreram da covid-19 em 2020, de acordo com o último levantamento feito pelo Sindicato dos Profissionais da Enfermagem (Sinpen-MT).

 

O presidente da organização afirmou ao PNB Online nesta segunda-feira (25.01) que a categoria realizou uma convenção geral no início deste mês e o pedido unânime é que haja reajuste salarial. Eles levam em consideração ainda a alta no preço dos alimentos, combustível, energia elétrica, gás de cozinha e demais itens indispensáveis no dia-a-dia.

 

De acordo com o presidente do Sinpen, Arlindo Cesar Ferreira dos Santos, a categoria protocolou o pedido formal no Sindicato dos Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado de Mato Grosso (Sindessmat), o sindicato dos hospitais particulares de Cuiabá. A expectativa é que em até 60 dias haja uma contraproposta apresentada.

 

“São pessoas que trabalham na linha de frente. Que morreram tentando salvar a vida de outras pessoas. Eles têm família, mas tiveram que se afastar para desempenhar esse trabalho. Todo ano a gente luta por um salário melhor, mas o que o sindicato aponta é a questão da inflação, e também a pandemia, que fez a categoria se sentir ainda mais desvalorizada”, disse o presidente.

 

A proposta, caso aprovada, irá majorar os salários em valores considerados ainda baixos, se comparados ao salário mínimo vigente no Brasil, que é de R$ 1.100. Com o aumento, os enfermeiros passaram a receber R$ 3 mil, e os técnicos R$ 1.800. Ambos fazem carga horária de 12 horas, com descanso de 36.

 

No entanto, na prática, os profissionais buscam mais de um emprego para complementar a renda. Segundo o presidente, é comum que enfermeiros e técnicos trabalhem em mais de dois hospitais. “Eles trabalham 12 horas em uma unidade de saúde e vão para outra em seguida. Ficam 24 horas trabalhando para conseguir um salário melhor”.

 

“A categoria está sendo vista como um profissional de linha de frente, porque a força maior do país e do mundo está sendo na assistência dos hospitais, é na enfermagem. Tudo que entra de covid, tanto na atenção básica como em ambulatórios, quem recebe é a enfermagem”, completou.

 

Em Cuiabá, de acordo com o sindicato, existem 1.500 enfermeiros sindicalizados e em Mato Grosso, 2,5 mil. A Prefeitura de Cuiabá informou que existem 21 mil profissionais de saúde, tanto da rede privada como pública.

 

 

PNB Online

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