‘Sonho conquistado’, diz sindicato de MT sobre aprovação de piso salarial para enfermeiros
Câmara aprovou piso salarial de R$ 4.750 para enfermeiros de todo país
A valorização dos profissionais de enfermagem teve avanço nessa quarta-feira (4) após a Câmara Federal aprovar nessa quarta-feira (4) um piso salarial para as categorias. Enfermeiros, técnicos de enfermagem, auxiliares de enfermagem e parteiras terão, pela primeira vez, um valor mínimo estabelecido como salário.
Atualmente, um enfermeiro com nível superior recebe um rendimento base de R$ 2,7 mil mensais; um técnico de enfermagem R$ 1,4 mil, enquanto os auxiliares de enfermagem e parteiras ganham um salário-mínimo.
Caso o projeto seja sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), os enfermeiros passarão a ter como salário-base o valor de R$ 4.750. Os técnicos de enfermagem R$ 3.325, e os auxiliares e parteiras passam a receber R$ 2.373.
Luta de 25 anos
De acordo com o presidente do Sinpen-MT (Sindicato dos Profissionais da Enfermagem de Mato Grosso), Arlindo Cesar Ferreira dos Santos, a categoria luta para ter um piso regulamentado há mais de 25 anos. Eles se reuniram em caravanas e acompanharam a votação presencialmente no Congresso Nacional.
“A categoria vê com imensa satisfação. A gente estava trabalhando por um piso de R$ 7,8 mil, mas após os cálculos chegou-se a esse piso nacional. É um sonho conquistado essa definição, e há mais de 25 anos pleiteamos esse piso, porque nunca tivemos um salário-base, sempre foi convencionado por capitais, por meio de convenções coletivas”, disse.
Linha de frente da pandemia
Em Cuiabá, de acordo com o sindicato, existem 1.500 enfermeiros sindicalizados e em Mato Grosso, 2,5 mil.
De acordo com o Painel Epidemiológico Covid-19, da SES (Secretaria Estadual de Saúde), até esta quinta-feira (5) os técnicos e auxiliares de enfermagem estão no topo de lista dos profissionais da saúde que foram infectados pelo novo coronavírus.
Desde o início da pandemia, 25,40% dos técnicos e auxiliares contraíram a doença, seguidos pelos enfermeiros (16,78%) e 9,92% dos médicos que também foram infectados. Em Mato Grosso, 177 desses trabalhadores morreram da covid-19 em 2021, quando o Sinpen fez o último levantamento.
“Éramos uma categoria sem reconhecimento, e hoje termos isso é merecido devido a várias lutas. Enfrentamos uma pandemia, endemias, ficamos 24 horas trabalhando pela população, sempre servindo. Hoje, caminhamos para conquistar nosso direito a ter um piso salarial e só depende agora do presidente sancionar e assinar”, completou.
Quem paga a conta?
O texto estabelece que o piso da categoria será reajustado com base no INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor). A proposta tem impacto de R$ 50 milhões ao ano na União, mas não há previsão sobre os gastos dos entes públicos e do setor privado.
Sobre o assunto, o presidente do Sinpen disse que cabe agora à União assumir o financiamento com os municípios.
“Isso que emperrava nossa conquista do piso, e agora precisam ver a questão. A área privada sempre teve reajustes nas tabelas. Você vê que uma consulta com médico particular está em torno de R$ 300 a R$ 400. Então, essa alegação de que ocasionará aumentos, não é novidade porque sempre teve aumento. Muitos hospitais se beneficiaram com a pandemia, nunca deixaram de receber valores do governo, dos pacientes, e o trabalhador da saúde só vive esperando”, defendeu Arlindo.
Fonte: Primeira Página
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